O mais devastador ataque aéreo da história da Segunda Guerra Mundial não foi o de Hiroshima,
nem o de Nagasaki. Muito pior que os dois bombardeios juntos, foi o ataque terrorista
desfechado contra Dresden no dia 13 de fevereiro de 1945,uma cidade aberta, sem defesa antiaérea,
que não apresentava objetivos militares, uma cidade de normalmente 650.000 habitantes,
mas que naqueles dias fora invadida por aproximadamente 400.000 refugiados do leste europeu,
em face ao avanço do exército Vermelho, perfazendo uma população amontoada superior a um
milhão de pessoas.
Trata-se, sem sombra de dúvida, do maior massacre de civis a que a humanidade já assistiu, em
todos os tempos, ocorrido num período inferior a 48 horas. Na antiga Alemanha oriental, a data
de 13 de fevereiro até alguns anos atrás (não sei hoje), era reverenciada com o toque dos sinos
por aproximadamente 20 minutos. A "imprensa internacional" no entanto, sempre procurou de
todas as formas, ignorar ou minimizar o acontecimento, dando destaque apenas ao caso de
Hiroshima e Nagasaki. Cidades que sofreram os impactos dos únicos artefatos atômicos
empregados até hoje contra seres humanos, mas cujo número de vítimas, em conjunto, não
ultrapassa a casa dos 100.000 mortos. A parte irônica destes acontecimentos ocorridos no
Japão, é a explicação dos norte-americanos para o inexplicável ataque terrorista , "poupar
perdas humanas", acelerando o término do conflito, que viria mais cedo, e veio! Acho que eles
se referiam às perdas dos seus próprios soldados, só pode ser isso!
Os dados e informações transmitidos a seguir foram extraídos do livro “A Destruição de
Dresden”, do escritor inglês David lrving, que apresenta minuciosa descrição do ocorrido nos
dias 13, 14 e 15 de fevereiro de 1945.
Vamos examinar a Ordem do dia nº 47, emitida pelo chefe da polícia civil daquela cidade em 22
de março de 1945 (mais de um mês depois dos ataques), para os comandantes da polícia e SS:
Ataque aéreo a Dresden - No propósito de desmentir fortes rumores, segue-se um breve resumo
das conclusivas declarações do chefe de polícia de Dresden sobre os quatro ataques de 13, 14 e
15 de fevereiro àquela cidade:
Relaciona, entre outras, a destruição de:
- 30 edifícios de bancos,
- 36 de seguradoras,
- 31 lojas de departamentos,
- 32 grandes hotéis,
- 25 grandes restaurantes,
- 75 edifícios municipais,
- 06 teatros,
- 18 cinemas,
- 647 locais de negócios,
- 02 museus,
- 19 igrejas,
- 06 capelas,
- 22 hospitais,
- 72 escolas,
- 05 consulados, incluindo os da Espanha e Suíça.
Até o começo da tarde de 20 de março de 1945, foram encontrados 202.040 corpos,
principalmente de mulheres e crianças. Sendo que o total exato de mortos deve subir a 250.000,
somente 30% deles foram identificados. Só a polícia civil de Dresden teve 75 baixas e 276
desaparecidos, que devem ser, em sua maior parte, considerados mortos também. Como a
remoção dos cadáveres não podia ser feita de modo suficientemente rápido, 68.650 foram
incinerados e suas cinzas enterradas num cemitério. "Como os boatos excedem de muito a
realidade, os mínimos dados podem ser usados livremente. As baixas e os danos foram bastante
graves... O ataque foi particularmente danoso porque, sendo de grandes proporções, foi
desferido no espaço de muito pouco tempo".
(assinado) Grosse
Coronel da Polícia Civil.
RELATO DE COMO FOI O MASSACRE
Quase 2.000 bombardeiros anglo-americanos participaram do planejado massacre, cujo primeiro
ataque iniciou-se dia 13 de fevereiro de 1945 às 22:09hs. Caíam bombas de até 4.000 kg. "Este
é um belo bombardeio"; comentou o líder da formação na época. Como se tratava de uma
cidade sem defesa anti-aérea, as perdas foram mínimas, apenas um bombardeiro (causada por
acidente). Às 22:30hs toda a força do primeiro ataque estava rumando de volta à Inglaterra. Em
Dresden a situação era de pavor. Era noite, o sistema de iluminação também havia sido atingido
e os mortos espalhavam-se pelos escombros... Foram mobilizadas forças auxiliares de toda a
região próxima a Dresden, para tratar do atendimento a feridos e soterrados, apenas nas áreas
onde podiam se aproximar, mais afastados dos terríveis incêndios causados por cerca de
400.000 bombas incendiárias. Quantos morreram sufocados e queimados, ninguém sabe dizer.
Enquanto os sobreviventes corriam, desesperados, pelas ruas, à procura de parentes e amigos,
a força aérea do primeiro ataque cruzava, nos ares, com a segunda força de bombardeiros
destinada também a Dresden e integrada por nada mais, nada menos que 529 Lancasters, aos
quais fora dada a Ordem de Ataque para as 01:30hs da madrugada, na mesma noite de 13 para
14 de fevereiro de 1945.
Conforme relatado posteriormente, por tripulantes desta missão, foi-lhes dito na Inglaterra: "Iriam
atacar o Q.G do exercito alemão em Dresden". Alguns tripulantes do 75º Esquadrão de
bombardeiros da RAF relembram a descrição do local, pelos seus superiores, como a de uma
cidade-fortaleza. Foram instruídos para atacar Dresden com a finalidade de "destruir as armas e
os armazéns de abastecimento da Alemanha". Foi-lhes dado a entender que era um dos
principais centros de abastecimento da frente oriental. Para o 1º grupo a ênfase foi dado à
importância de Dresden como setor ferroviário e esse seria o seu alvo. A Informação preparada
para o grupo canadense descrevia "Dresden como uma importante área industrial, produzindo
motores elétricos, instrumentos de precisão, produtos químicos e munições". Em poucos
esquadrões os tripulantes foram prevenidos da presença de centenas de milhares de refugiados
na cidade, abrigando cerca de 26.620 prisioneiros de guerra, localizados nos subúrbios.
Os 529 bombardeiros do segundo ataque levavam, os primeiros, bombas altamente explosivas,
de 2.000 kg cada, e os demais vinham com os mais diferentes tipos de bombas de destruição. O
comandante de ala Le Good, um australiano, anotou antes do início do bombardeio: "Dresden.
Limpo sobre o objetivo (sem nuvens), praticamente toda a cidade em chamas. Nenhuma defesa
anti-aérea".
Dresden estava indefesa e isso permitiu aos pilotos descerem da altitude operacional de 6.000
metros para apenas 2.000 metros. Um navegador, ao baixar para 2.000 metros olhou para
Dresden, que ia nova-mente ser atacada, toda ela iluminada pelas violentas chamas e fumaça,
declarou posteriormente que nunca tinha visto tamanha destruição.
Podiam-se observar as estradas e autoestradas que levavam à cidade, cheias de movimento.
Longas carroças com abastecimento e as brigadas de bombeiros chegando de outras cidades,
para auxílio ao primeiro ataque.
"Foi a primeira vez que lamentei os alemães", contou o tripulante de um Lancaster pertencente
ao 635º Es-quadrão da RAF. "Mas o meu pesar durou apenas alguns segundos, a tarefa era ferir
o inimigo, e feri-lo muito duramente". Em seguida começou o segundo bombardeio. As 01:24hs
Dresden era, de ponta a ponta, um mar de fogo. "A cidade estava tão iluminada", escreveu
depois um tripulante em seu diário, "que víamos tudo em volta do nosso avião e também os
nossos próprios rastros de vapor". Outro cita que "pela primeira vez em muitas operações tive
pena da população em terra". O navegador de outro avião do mesmo grupo escreveu: "Era
hábito meu nunca deixar o assento, mas o meu comandante chamou para ir dar uma olhada. O
aspecto era realmente fantástico. Dresden era uma cidade com cada rua explodindo em fogo".
"Estávamos tão aterrorizados com as assustadoras chamas, que embora sozinhos sobre a
cidade sobrevoamos guardando distância por muitos minutos, antes de empreender o caminho
de regresso, completamente subjulgados pelo que imaginávamos quanto ao horror que devia
estar acontecendo lá embaixo. Trinta minutos depois de partir, ainda podíamos ver as chamas
do fogaréu", lembra um piloto do 3º Grupo.
O segundo ataque havia terminado às 01:54hs da madrugada do dia 14 de fevereiro de 1945.
Duas horas e 46 minutos depois desse segundo ataque, precisamente às 04:40hs, na Inglaterra,
foi iniciada a instrução final para o terceiro ataque, a ser efetuado por 450 B-17 Fortalezas
Voadoras da USAF, contra a mesma cidade. Mais uma vez os bombardeiros pesados com
capacidade máxima de carga, foram dirigidos para lá...
O quarto ataque, às 12:10hs do dia 15 de fevereiro, foi efetuado por nada mais, nada menos que
1.100 bombardeiros pesados norte-americanos... Dizem que numa determinada época, a própria
Igreja Anglicana interpelou o governo inglês, na figura do primeiro ministro Churchill, sobre o que
estava pretendendo com o extermínio, através dos bombardeios, da população civil alemã. Se
estava procurando o ódio de todo o mundo contra esse acontecimento... A Igreja,
inocentemente, imaginava que o resto do mundo estava a par dos estragos causados pelos
bombardeios estratégicos ingleses e norte-americanos. Ela, pelo menos naquele momento, tinha
esquecido que "existia" (e ainda existe) uma imprensa internacional aliada muito atenta a tudo, e
que trataria de noticiar somente o que lhe fosse conveniente.
É importante ressaltar também que não era apenas Dresden que sofria bombardeios naqueles
dias; os mesmos eram diários contra as mais diversas cidades alemãs. Naquela mesma
madrugada, outros 900 B-17´s Fortalezas Voadoras estavam sendo preparados para atacar as
cidades de Magdeburg, Wesel e Chemnitz com a mesma, ou até maior, intensidade.
O resumo final do massacre é mais ou menos o seguinte: não havia sobrado gente suficiente
para sepultar os mortos em valas comuns. Os cadáveres foram sendo retirados, durante vários
meses, de sob os escombros. Incineravam-se restos humanos em fogueiras. Corpos de milhares
de pessoas desapareceram nas verdadeiras tempestades de fogo que se formavam em função
da intensidade das explosões e bombas incendiárias. Havia falta de abrigos anti-aéreos em
Dresden. O número exato de mortos nessa cidade é desconhecido, oscila em torno de 500.000
pessoas. Em março de 1945, somente em valas comuns, haviam sido sepultadas mais de
300.000 pessoas.
Estatística dos bombardeios a Dresden:
População em 12/2/45 (um dia antes do 1ºATAQUE).....................650.000 hab.
Refugiados......................................................................................400.000 hab.
População de Dresden em 1986......................................................510.000 hab.
Passados 41 anos, o saldo era de 140.000 hab. a menos, sem contar os refugiados!
Nota: Observem que o número de mortos APENAS na cidade de Dresdem supera o número real
de judeus mortos durante a toda Segunda Guerra. Não seria este pesaroso evento histórico
digno de uma superprodução Hollywoodiana? No entanto este fato não recebe nem mesmo uma
pequena menção nos livros de história geral que são usados para ensinar nossas crianças e
adolescentes. Como isso pode ser possível???
Um comentário:
Realmente, o ataque a Dresden foi o maior crime de guerra em toda a história/das/guerras, mesmo porque nos telhados de todas as casas na cidade havia sido pintada a cruz vermelha internacional, mostrando que Dresden era uma cidade hospital. Foram despejadas 700 mil bombas incendiárias na população civil e a temperatura chegou aos 1.600 °C transformando a cidade num crematório a céu aberto.
### Mas existe sim um ótimo filme sobre o bombardeio criminoso a Dresden: *** Dresden: O Inferno ***
È a história de uma enfermeira que dedica sua experiência e carinho para minorar o sofrimento dos civis, naquele holocausto de Dresden, e se apaixona por um médico. É um bom filme.
Abraços a todos
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